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Os conceitos de saúde e doença à luz da
Teoria do Amadurecimento de D.W.Winnicott

Para Winnicott, a saúde  é um estado complexo, que deve ser pensado em si mesmo, com suas dificuldades e descontinuidades através do amadurecimento pessoal. Há uma grande margem de variação individual inerente aos conceitos de saúde, mas que sempre se relacionam estreitamente com os critérios de maturidade da psique em relação à idade cronológica, integridade psicossomática, criatividade e espontaneidade.  

“O desenvolvimento psicossomático é uma aquisição gradual, e tem seu próprio ritmo, e se o termo maturidade pode ser usado como uma referência etária, então maturidade é saúde, e saúde é maturidade. Todo o processo de desenvolvimento tem que ser levado a cabo, qualquer salto ou falha no processo é uma distorção, e um pulo aqui ou um atraso ali deixam uma cicatriz”. 

 

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A Criatividade Originária 

Winnicott desenvolve no decorrer de sua trajetória intelectual um conceito de criatividade inédito no campo psicanalítico, como sendo um potencial criativo que é universal, e que, quando não é conquistado devido às falhas ambientais, irá formar seres humanos deturpados cujas vidas são desprovidas de sentido pessoal. O conceito de criatividade é algo tão essencial na obra de Winnicott que será uma das categorias diagnósticas para o critério de saúde.

Este trabalho se pretende a analisar este conceito winnicottiano tão fundamental,  compreendendo as minúcias da delicada condição do bebê nos estágios primitivos do amadurecimento. Será abordado igualmente o modo como a criatividade originária participa na constituição do self saudável,  sua relação estreita com a ilusão de onipotência, seu percurso num ambiente suficientemente bom e as formas de suas distorções patológicas.

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A Tendência Anti-Social Sob o Enfoque daTeoria do Amadurecimento de D.W. Winnicott

A tendência anti-social sempre denuncia uma provisão ambiental mal-ajustada, e, ironicamente, as crianças que padecem desta problemática é que são tidas como mal-ajustadas. Winnicott nos convida a entrar num mundo de minúcias, já que a falha ambiental ocorrida não precisa ser necessariamente grosseira, especialmente com relação a esta patologia, a tendência anti-social. Neste trabalho procurarei mostrar também que esta conceituação completamente original tecida por Winnicott abre grandes possibilidades para se pensar a questão da prevenção da delinqüência e da psicopatia, grau estes mais graves de uma tendência anti-social não tratada adequadamente, quando as defesas se tornaram enrijecidas e a desilusão é completa.

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Matizes da Depressão : uma análise winnicottiana das depressões

O termo “depressão” é freqüentemente associado, no imaginário popular, à um estado doentio, e, portanto, um estado anormal e indesejável. Para além da banalização de seu uso numa sociedade que cada vez mais veta o direito à tristeza e ao luto saudáveis, podemos verificar que o significado psiquiátrico do termo também  remete a uma conotação similar. Tal convergência de sentido em ambos os âmbitos mencionados tem seu motivo de ser, e se deve ao fato do humor depressivo invariavelmente acarretar em sofrimento ao indivíduo que o manifesta, decorrente de estados hipocondríacos e evidente diminuição da vitalidade (introspecção). Estes aspectos colocam geralmente o humor deprimido como contendo um valor essencialmente negativo. No presente trabalho pretendo abordar uma idéia desenvolvida e defendida por Winnicott que instaura um paradoxo, que é de que “...a depressão tem valor...”. (1986b, p. 59). 

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Maíra  Golovaty. Lederman  

  psicóloga  clínica 

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