top of page
anger_feeling_in_my_head_439df176_e9be_4f03_9c4d_80192e41fdd612.jpg

Transtorno Explosivo Interminente - TEI

Sobre a raiva

A raiva é uma emoção humana biologicamente programada. Ela é uma resposta natural e adaptativa a ameaças, desencadeando sentimentos e comportamentos poderosos, frequentemente agressivos, que  induzem a pessoa a lutar ou se defender quando é atacada. Uma certa quantidade de raiva é, portanto, saudável e necessária para a nossa sobrevivência. No contexto cultural, a raiva funciona também como uma espécie de sinalizador para o indivíduo quando o ego se sente ferido ou ameaçado.

 

O sentimento de raiva pode ser deflagrado por acontecimentos externos ou internos. De um modo geral, a raiva se manifesta como um sentimento de protesto, insegurança ou frustração. Pode ficar-se zangado/com raiva em relação a uma pessoa específica  ou com relação a um acontecimento ( engarrafamento no trânsito, por exemplo). A raiva pode ainda ser causada por preocupação excessiva ou problemas pessoais. As memórias de acontecimentos traumáticos ou marcantes também podem desencadear esta emoção.

 

A intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas. Quando as pessoas ficam com raiva, tendem a experienciar pensamentos, sentimentos e reações físicas intensos. O desenvolvimento psicológico do indivíduo passa necessariamente pela maneira como a raiva é expressada e administrada, e é desejável que o indivíduo possa manifestá-la de maneira socialmente aceita, não havendo alterações bruscas para um estado de fúria ou comportamento agressivo que possam colocar em risco o próprio bem-estar e a segurança de outras pessoas.

Quando a Raiva passa a ser um problema?

 

A raiva deixa de ser saudável e passa a ser um problema quando se torna descontrolada e destrutiva, podendo afetar o trabalho, os estudos e as relações interpessoais, prejudicando desta forma a qualidade de vida da pessoa.

 

Para algumas pessoas,  administrar a raiva é algo quase impossível. Os sentimentos tornam-se tão arrebatadores que a pessoa parece  estar “prestes a explodir”.  .Este "descontrole", dependendo de alguns critérios, tais como intensidade e frequência, é designado como um  problema de saúde mental, e como tal é descrito no DSM-5 (Manual Estatístico das Doenças Mentais) como Transtorno Explosivo Intermitente-TIE, conhecido popularmente como  "síndrome de Hulk".

 

Nesse transtorno, os ataques de ira ocorrem de forma repentina e descontrolada, e com uma agressividade  desproporcional à situação que desencadeou a raiva. Esses ataques podem ser acompanhados de agressões verbais ou físicas, e costumam  durar cerca de 30 minutos, prejudicando a pessoa e quem está ao seu redor.

Antes do  ataque ou crise de raiva acontecer, podem surgir alguns sintomas,  como: dor de cabeça, tontura, náuseas e alterações da consciência e, após a crise,  é comum que a pessoa sinta remorso, culpa e vergonha. Esse distúrbio costuma ser acompanhado por abuso de substâncias ilícitas, depressão, TOC ou fobia social.

Sintomas 

Os principais sinais do TEI são:

  • Falta de controle sobre o impulso agressivo;

  • Quebrar os próprios pertences ou os dos outros;

  • Suor, formigamento e tremores musculares;

  • Aumento dos batimentos cardíacos;

  • Ameaças verbais ou agressividade física a outra pessoa sem um motivo que justifique essa atitude;

  • Sentimento de culpa e vergonha após os ataques.

Como é feito o tratamento

Quando dos ataques de raiva são frequentes e saem do controle, é recomendado que o psicólogo seja consultado para que sejam feitas sessões de terapia individual e/ ou em grupo, sendo o foco da terapia  aprender não só a controlar a ira, como também identificar as situações que podem provocar uma resposta mais agressiva.

Além da psicoterapia, pode ser necessário nesse transtorno o uso de medicamentos antidepressivos e anticonvulsivantes, como fluoxetina, citalopram, sertralina, carbamazepina e valproato, receitados pelo psiquiatra, pois ajudam no controle das emoções, diminuindo, assim, a agressividade.

Durante a terapia, a ajuda de familiares próximos, para aprender a enfrentar e controlar esses episódios de comportamento agressivo, é de extrema importância.

download-1.jpg

Maíra  Golovaty. Lederman  

  psicóloga  clínica 

bottom of page